quarta-feira, 17 de junho de 2015

FRUTILÂNDIA:

Frutilândia, denominação dada a uma pequena gleba de terra árida a margem da estrada então carroçável que liga Assu a Mossoró de propriedade de João Lins Caldas, poeta falecido em 1967 na cidade de Assu. Nome por ele criado que, penso eu, quer dizer Terra de Fruta. Fora vendida pelo próprio Caldas ao IBAMA (Horto Florestal de Assu). 

Em Frutilândia o poeta Caldas criava, plantava fruteiras, idealizava gigantescos projetos de fruticultura, hoje uma realidade concreta na região do Assu. Ele dizia que a redenção do Nordeste seria o cultivo do cajueiro.

Frutilândia era o canto do silêncio único proclamado do poeta, no seu próprio dizer. Em homenagem ao seu sítio escreveu o telúrico poema conforme transcrito adiante:

Como essa manhã me acorda com os passarinhos.
Que matinal de árvores de pássaros!...
Pinga o orvalho das folhas como pérolas trêmulas, molhadas,
Cardeiros à distância e perto a cerca fulva do cercado...
No terreiro da casa, as galinhas ciscando...
Um pio de nambu é remoto à distância...
Ouço e vejo lá fora... há como que em mim um anseio louco de embriagado...
Vontade de correr, rondar, ser como um pequeno cabrito a saltar pelo relvado...

O milho verde, a subir, a cana grossa, o espigar das bonecas...
O louro-roxo do cabelo aqui e ali pelos ventos agitado...
Parado... o ar aqui agora um ar parado...
Nem um grilo a trilar, nem um mover de folhas...

Saio... acendo o cigarro... as mãos trêmulas de gozo...
Isso que aqui plantei, que as minhas mãos cavaram...
Cajueiros aos cem, azeitonas, mangueiras...
Ah! Se eu tivesse na vida como aqui sempre plantado.

E vejo, no crescer, pequena, a laranjeira
Tão verde no buraco fundo que lhe foi cavado...
A minha laranjeira! A minha laranjeira!
Os frutos que dará, encantando o cercado...

Meu rancho ali, os poetas na biqueira....
Pobreza assim riqueza só... um dia
Repousarei em mim essa pobre cabeça de cansado...
Lembrarei os meus versos, direi versos para mim e para o céu estrelado...

A noiva que não tive... e recordo sem mágoa
Aquela que passou, culpa de mim somente...
Vão em cortejo ao olhar do meu pensamento sombras vagas...
Arina... um filho pela mão... lá atravessa seu filho...

E os filhos que não tive, as almas, culpa de mim que não vingaram...
Basta... volto-me ao sítio do meu silêncio único proclamado...
É a música de tudo em tudo que de mim, na sua essência...
O sol... o sol dessa manhã é agora todo o meu cuidado...

E o sol... a ânsia talvez de pelo sol perder-me.
E já não ser... ou ser tudo aquele mundo todo nas raízes...
As árvores que quero ver, as pequeninas plantas que quero ver dos seus pequeninos berços elevadas...
E olho-as... as minhas crianças verdes, as minhas pequenas romãzeiras enramadas...

O cigarro se apaga, a fumaça não sobe...
Vamos entrar o rancho, agitar gravetos, fazer o fogo...
E brinquedo, o meu cão, que aqui por esse andar me tem sempre acompanhado.
Olhos aos olhos do cão... não, Brinquedo que nem sempre me tem mesmo acompanhado...

Luiz Rabelo em homenagem ao poeta de Frutilândia escreveu um poema em prosa publicado em O Poti, 4.5.1958, bem como na antologia póstuma de Caldas organizada por Celso da Silveira intitulada Poética, Fundação José Augusto, 1965, que veremos para o nosso bem estar:

Vou-me embora pra Frutilândia. Lá sou amigo do Poeta. É melhor ser amigo do poeta do que ser amigo do Rei. Lá é que existe um "emaranhado de verde" e de pétalas macias e florescem, todos os dias, no seu tapete de relvas, rosas puras como a alegria transluminosas de orvalho. As dálias do seu pomar são alvas, do alvor do luar. Frutilândia é uma terra de aurora branca, de névoa sutil, onde a Poesia, eterna, mora. O seu nome lembra um País mais belo e mais vasto do que Pasárgada, mais cheio de entardeceres do que o asteroide do "Pequeno Príncipe", de Exupére, mais puro do que o "Cântico da Vinha", de Claudel, e do poema "A Palma", de Valéry. Há, nas suas árvores frutos apetitíveis, e, constantemente, um rodopio de asas de borboletas muito amigas. Lá é o reino encantado das cigarras, sem Lá Fontaine e sem formigas. No centro do roseiral, há uma rosa mais vermelha do que a rosa feita de sangue do rouxinol de Wilde. Lá é que está o coração do Poeta. Para se ir ao centro do pomar, todo caminho é de se caminhar. Frutiândia é uma terra de aurora, branca, de névoa sutil, onde a Poesia eterna, mora. Vou-me embora pra Frutilândia.

(Em tempo: Frutilândia é nome de um populoso bairro da cidade de Assu que Ronaldo Soares ajudou a construir quando prefeito daquela terra assuense (1983-88) e por ele denominado de Frutilândia, uma homenagem ao poeta João Lins Caldas falecido 1967. Fica o registro).
Postado por: Fernando Caldas
Foto ilustrativa: www.flickr.com

PESQUISA:

Genealogia Seridoense

Por: Fernando Antonio Bezerra 

O Seridó é terra fecunda em dissertações, artigos, publicações de livros, enfim uma significativa e qualitativa produção literária. Dentre vários temas abordados, a genealogia se apresenta com destaque. O Seridó gosta de falar sobre genealogia, o que é muito bom! A genealogia é a ciência do parentesco. É um ramo auxiliar da história que se dedica a estudar a origem e as várias gerações de uma família e seus ramos paralelos.

A pesquisa genealógica não é fácil. Exige um esforço pessoal dos interessados no que se refere a frequentar arquivos de cartórios, secretarias paroquiais e de outras instituições. Algumas vezes, infelizmente, os arquivos estão desorganizados e ilegíveis pela ausência de cuidados ou, simplesmente, foram destruídos pela insensibilidade dos que não acalentam respeito à memória. Com a internet, evidentemente, os pesquisadores ganharam nova ferramenta, entretanto, existem muitos dados incompletos ou equivocados que somente as fontes primitivas elucidam. Também, na genealogia, sobretudo no passado, existia a transmissão oral de informações. Os mais velhos, de fato, conheciam e ministravam verdadeiras aulas de genealogia para os mais moços que, por sua vez, reconheciam e respeitavam os parentes, mesmo os mais distantes. Hoje, infelizmente, alguns sequer sabem os nomes de seus avós... Mas, este tema é para outro dia e sob a luz de outras investigações sociais.

Mesmo assim, o Seridó é a mais estudada, das regiões potiguares, em relação à sua genealogia. Das obras importantes que tratam do tema, seguramente, “Famílias Seridoenses”, de José Augusto Bezerra de Medeiros, “Homens e Fatos do Seridó Antigo”, de Dom José Adelino Dantas, “Velhas Famílias do Seridó”, de Olavo Medeiros Filho” e “Os Álvares do Seridó e suas ramificações”, de Sinval Costa, são fontes obrigatórias de pesquisas.

Outros livros também se referem a genealogia, alguns dos quais já publicados por novos escritores que, mesmo em menor número, também se dedicam a pesquisar as origens e ramos do parentesco. Seria um grande risco mencionar um ou outro nome pela possibilidade de uma involuntária omissão, mas, em torno do Instituto Norte-Riograndense de Genealogia, do Encontro anual de Genealogia realizado em Caicó e das pesquisas do Departamento de História do Centro de Ensino Superior do Seridó-UFRN, muitos dos novos pesquisadores e autores serão encontrados.

Em todas as lições, contudo, uma é muito presente: Tomaz de Araújo Pereira é o “Adão do Seridó”. Não foi o primeiro desbravador, mas é considerado um dos primeiros a construir uma família a partir do Seridó. Tomaz de Araújo Pereira (1º.), natural de Viana, Portugal, recebeu a sua primeira data de terra no Brasil em 1734. Tomaz era casado com a brasileira Maria da Conceição Mendonça e, com ela, gerou 08 filhos: Thomaz de Araújo Pereira, João Damasceno Pereira, Cosme Soares Pereira, José de Araújo Pereira, Josepha de Araújo Pereia, Joanna de Araújo Pereira, Helena de Araújo Pereira e Ana de Araújo Pereira. José Augusto diz que “entre as famílias que povoaram o Seridó, e ai se fixaram, a família Araújo, se não é a mais antiga, é das mais antigas, e certamente a que mais proliferou, sendo hoje a mais numerosa dentre quantas se contam radicadas naquele trecho do território norte-rio-grandense. Não é exagero afirmar que raro será o seridoense que não tenha sangue de Araújo.”

Outros muitos ramos são estudados pela genealogia seridoense: Dantas Correia; Azevedo Maia; Batista; Medeiros; Lopes Galvão; Fernandes Pimenta; Bezerra; Pereira Monteiro; Faria; Garcia; Alves dos Santos; Gonçalves Melo; Teixeira; Fontes Rangel; Silva e Souza, dentre outros. Em todos, versões comuns que dignificam os que fizeram a história de superação, resistência e trabalho do Seridó de todos nós!
Fonte: Hipotenusa.

AÇÃO PARLAMENTAR:

 
Por ocasião da sessão ordinária desta terça-feira (16), na Assembleia Legislativa do RN, em Natal, durante a leitura do expediente pela mesa diretora foram anunciados dois encaminhamentos formais feitos pelo mandato do deputado estadual George Soares (PR).
A primeira proposição pleiteia à direção da Casa o envio de Moção de Congratulações ao vigário emérito da paróquia de São João Batista, em Assu, padre Francisco Canindé dos Santos, pela passagem – dia 29 de junho em curso – do 50º aniversário de sua ordenação sacerdotal.
A segunda solicitação oficializada pelo parlamentar é para idêntica providência no sentido de ser remetida Moção de Congratulações ao Grupo Viva Nova de Alcoólicos Anônimos (AA), na cidade do Assu, pelo transcurso do seu 26º aniversário de presença e atuação no município, a ser comemorado oficialmente neste próximo sábado (20).
Assessoria de Imprensa do Deputado Estadual George Soares.
 

segunda-feira, 15 de junho de 2015

ATIVIDADE PARLAMENTAR:

George Soares reafirma importância do Hub da TAM para São Gonçalo do Amarante
Na manhã desta segunda, 15, o deputado estadual George Soares (PR) participou, a convite do governador Robinson Faria (PSD), da reunião para formar o comitê do Hub da TAM, evento realizado na Escola do Governo do RN que contou com a presença dos prefeitos de Natal, Parnamirim e de São Gonçalo do Amarante, com a bancada federal de senadores e deputados federais, além dos demais deputados estaduais, secretários de Estado e autoridades. 

Após o evento, George Soares concedeu entrevista nos estúdios da Rádio Cidade 94FM, ao Programa Meio Dia Cidade e enfatizou: "Participamos desse momento que o governador Robinson classificou como histórico. Fui o deputado estadual mais votado em São Gonçalo do Amarante e nosso mandato está a disposição para lutar e trazer, unidos, este Hub para o povo do nosso Estado e para o Aeroporto Aluízio Alves. Serão mais de 10 mil empregos gerados e milhares de oportunidades surgirão em seguida." 
-- 
Assessoria de Imprensa do Deputado Estadual George Soares.

domingo, 14 de junho de 2015

LÁ DE NÓIZ:

RÁDIO PRINCESA
É a ráido mais uvida,
Do sertão: a preferida
Já num ai comparação
Purisso faça o seguinte
Seja mais um nosso uvinte
Iscute a programação.

Nossa Princesa do Vale
Num conhece quem abale
Seu lugá na preferença
Desse povo sertanejo
Qui iscuta sem bocejo
O Caderno D’ocorrença.

Cunfesso tudo e num nego
No bordão ai se eu te pego
Do brega Miché Teló
Boto cangaia ligêro
E a burra vai pelo chêro
Direto pra Piató.

Lá já tenho meus agrado
Num preciso de infado
Nem sô amigo do rei
Amarro minha tipóia
E deito cum minha jóia
Isqueço até do qui sei.

Sem nunca fazer segredo
Já iscuto munto cedo
Bom Dia Trabaiadô
Prá semana cumeçá
E das nutiça interá
Já no balanço do andô.

E quando o céu se incarde
Ouça logo o Show da Tarde
Incosto logo a inchada
Pois na vida i qui aprecio
É muié com muito fio
Vida boa e relaxada.

No Forrozão da Princesa
Noto o canto da beleza
Ispaiada pela terra
Cum Gonzaga na sanfona
Coração chega detona
No forró de pé de serra.

Cunfesso qui sô um fã
E tendo Show da Menhã
Pra aligria do matuto
Me alembro de Roberto
E faço um café isperto
Pois derna cedo qui luto

No serrão tem aligria
Logo no raiá do dia
Até o só dispencá
No retorno da boiada
Cum Você na Vaquejada
Eu deixo a paia vuá.

Purisso num se assunte
E se quizé qui eu ajunte
Mais um programa de fé
É Bíblia Deus com a Gente
Faz a vida deferente
Pelo Padre Canindé.

Prus amigo da Princesa
Dessa grande realeza
Digo cum satisfação
A cada um dirigente
Dessa ráido qué da gente
Nunca muda de estação.

Edimilson pode crê
Em seu nome vô querê
A toda equipe abraça
Os locutô de primêra
Dessa rádio pionêra
Do meu sertão potiguar.

Fonte: livro Coisas de Matuto – Antônio Carlos Matos de Oliveira – CJA Edições – 2015. 

MARCAS QUE SE FORAM:

... E ASSIM SE PASSOU UM SÉCULO
1915 1º de Janeiro – Sendo Intendente o Dr. Pedro Amorim foi inaugurada a iluminação da rua Dr. Pedro Velho. Certamente que se trata de iluminação a querosene, pois a elétrica só chegaria ao Assú em 1925. (Silveira, 1995: 86).

          ­- Fevereiro – Foi fundada uma sociedade carnavalesca denominada “Fantoches”. A sua diretoria tinha como presidente Antonio Ferreira Borges; como secretário Manoel Soares Filho; como tesoureiro Aderbal Fonseca e como diretor José Severo de Oliveira.
            Esse clube, podemos dizer, foi o iniciador do Carnaval de Rua. Exibiu-se nesse ano com quatro carros alegóricos assim distribuídos: o primeiro – uma grande rosa tendo no centro uma figura feminina segurando um pequeno cartaz com dizeres alusivos às festividades momescas; o segundo, conduzindo o Monarca Alemão e o seu Secretário; o terceiro, uma reprodução do canhão CRUP, e o quarto, um avião, aqui cabendo a explicação de que o avião era quase desconhecido pela população da cidade, a não ser pelos cigarros VEADO, fabricados no Rio de Janeiro, que distribuía uma certa marca Avião que tinha na carteira a estampa de um desses aparelhos.
        José Severo de Oliveira, exímio artista, fotógrafo, ampliou, em seu Atelier Severo, a fotografia, conseguindo, desse modo, confeccionar um avião.
          Circulava ao lado desse carro, devidamente uniformizados com um modelo do Exercito alemão cerca de vinte figuras montadas a cavalo. (Amorim, 1982: 33, 34).
       - Seca - Neste ano ocorreu uma grande seca. O proprietário de terras na várzea do Assu, na região conhecida como “Poço da Lavagem” (atual Carnaubais), José Antonio da Fonseca perdeu todo o gado, sendo necessário vender suas propriedades. Seus filhos, tendo a frente Abel Alberto da Fonseca, muito dinâmico e trabalhador, não se intimidam com a decadência do pai e recomeçam a vida como tropeiros.  Abel e seus irmãos José Gregório da Fonseca e Antonio Gentil da Fonseca viajavam muito para Ceará-Mirim aonde iam em busca de mercadorias e especiarias, tecidos para serem vendidos em Assu, onde foi formando um povoado que logo passou a se chamar de Santa Luzia – Abel teve a iniciativa de ir construindo pequenos quartos que eram alugados a terceiros, formando assim, feiras onde se aglomeravam o pessoal para fazerem compras.
          A vila foi crescendo. Cada vez mais foram construídas casas. Abel construiu um sobrado que foi sua primeira residência quando se casou em primeiras núpcias com Julieta Câmara da Fonseca. Abel foi o pioneiro em povoar aquela região, por esta razão é considerado como fundador do atual município de Carnaubais.  

- 04 de maio – O Jornal A República informa, através de um artigo assinado pelo Dr. Moises Soares, que o município do Assú produziu 30 mil fardos de algodão; 375 mil quilos de cera de carnaúba; 10 mil alqueires de trigo; possuía 10 mil cabeças de gado vacum; 4.000 cavalares e muares; 26 mil lanígeros e caprinos e 100.000$000 de peixe só na lagoa do Piató. (Silveira, 1995: 120).
 
- 26 de novembro – O Jornal “A República” trouxe um artigo escrito por Dr. Pedro Amorim sobre A Carnaubeira, conhecida como O Boi Vegetal. A madeira serve para linhas, caibros e ripas; o talo, para portas, urupemas, jiraus, camas; a palha para cobertura; da fibra do olho faz-se esteira, corda, bolsa, chapéu, abano, sacos; a semente é ração para o gado; triturada dá um pó semelhante ao café e serve de alimento ao homem; da fécula do candú (carnaubeira nova) faz-se farinha e goma. As raízes são medicinais. Da cera, de inúmeros usos na indústria.
          “A Carnaubeira é chamada de O Boi Vegetal: das palmas, o pó; do caule, a goma e o amido; da semente, o café. Com propriedades medicinais e o alimento para animais; das raízes, bebidas usadas na medicina depurativas; do lenho, a linha, o caibro, a ripa, o esteio, móveis, bengala; da palha, esteira abano, chapéu, e muitos utensílios...”.
          Sobre batimento de palha: “A adoção das empanadas, espécie de barracões feitos com algodãozinho da Bahia acabou com a dependência de esperar pelas caladas para o batimento de palha. Hoje a palha é batida para a extração da cera, a qualquer hora, o que tem acabado com as tocatas, danças e bebidas consideradas indispensáveis, a fim de esperar a calada sem dormir”. (Silveira, 1995: 75).
         
- Nesse ano, o Ministro Tavares de Lyra, da Viação, autorizou estudo de um ramal de estrada de ferro Macau / Assu, o que foi feito pelo Dr. Abreu e Lima, que percorreu o Vale e achou viável ao escoamento de produtos do Vale e de integração com o transporte marítimo. O traçado recomendava a margem esquerda do rio Assu até esta cidade. (Silveira, 1995: 86). 
Fonte:" Marcas que se Foram" - Livro inédito de Ivan Pinheiro.