sábado, 13 de junho de 2015

POEMA DEVASSO:

ENSEADA DOS AMORES
Fazer amor numa enseada,
água pela cintura,
com um macho muito terno
e aquela coisa dura, dura, dura,
não inventaram nada melhor na terra,
no céu, no espelho das águas.
A gente abre as pernas, é muito beijada,
e lá vem aquele peixe roliço,
aquele peixe rombudo,
aquele peixe-espada.

Autora: Nathália de SousaNatalense reside no Rio de Janeiro. Formada em letras. Professora e Poetisa. 
Livro: Poemas Devassos e Uma Canção de Amor - Sebo Vermelho - Edições Especiais - 2006. 
Foto ilustrativa: Getty Images - mulher.terra.com.br 

sexta-feira, 12 de junho de 2015

POESIA REGIONAL:

BARRAGE DO PATAXÓ
Pode crê é a barrage
Qui mais trago na lembrança
Nunca perdi a viage,
Nos meus tempo de criança.
Pra nadá, dar gangapé,
E sentir nos aguapé,
O chêro desse sertão
Pelas águas ispaiado
No verde lôdo bordado
Paisage da criação

Num se pode compará
A beleza da sangria
Onde as água sem pará
Vão rolando de alegria
Curimatã pinotando
Pur riba tudo brincando
E tempo bom de fartura
É fejão verde no prato
E pra num dexá barato
Tucunaré na fritura

O pataxó tando cheio
O sertanejo é feliz
É ano sem aperreio
Tem peixe tem cordurniz
O gado solto no pasto
Dinheiro que dá pru gasto
Pra corrê im vaquejada
Amostrando valentia
Festejando a alegria
Nos braços da invernada

As águas limpa quilara
Onde nossa vista alcança
É duma beleza rara
Parece inté uma dança
Da babuge no remanso
Qui de oiá num me canso
De verde se cobre a terra
Canta sapo até caçote
Pulando feito um mangote
Dena do vale até a serra.

A força do Pataxó
Ninguém pode discrevê
Num tem açude mió
Pra pescá e intendê
No livro da natureza
Qui iscreve cum clareza
Nosso ponto de partida
O tempo de apreciá
As beleza do lugá
No viajar pela vida.

É tempo de fazê festa
De canaro no quintal
Um violão na seresta
No remanço natural
Mormaço no fim da tarde
aconchego sem alarde
Sem pressa nem agonia
Nas verêda da lembrança
Na canoa qu'imbalança
Nas água da fantasia.

Quem conhece o Açude Pataxó entende a descrição da beleza da sua sangria no tempo da invernada. A barragem do açude barro o rio pataxó, afluente do rio Açu (ou Piranhas), e localiza-se no município de Assu*, estado do Rio Grande do Norte. A barragem foi projetada e construída pelo DNOCS, tendo sido iniciada em 1951 e concluída em 1953.

EM TEMPO: * O Açude do Pataxó localiza-se no município de Ipanguaçu.  
Fonte: COISAS DE MATUTO - Antônio Carlos Matos de Oliveira - CJA Edições - 2015.
Foto Ilustrativa: blogdolevanyjunior.com 

MOSSORÓ:

Estreou nesta quinta-feira (11), a 14º edição do espetáculo “Chuva de Bala no País de Mossoró”. A encenação, repleta de novidades, traz uma nova roupagem, contando de forma diferenciada a história de resistência ao bando de Lampião. Mágica, efeitos de projeção mapeada, personagens circenses, nova trilha sonora são alguns dos elementos que encantaram o público que cercou o adro da capela de São Vicente para assistir a primeira apresentação.

A história de bravura do povo de Mossoró foi contada pela primeira vez sob o comando da diretora Diana Fontes, que garantiu à plateia um mergulho lúdico e encantado na trama. “Toda a dramaturgia foi trabalhada em cima do encantamento. Essa história é extremamente encantadora. A cidade é encantada com ela e quem vem de fora assistir também. Por isso, baseamos o espetáculo nessa ideia”, afirmou a nova diretora. O espetáculo, que será apresentado até o dia 28 de junho, conta com 70 pessoas, entre atores e produção.
Postado por De OLho no Assu.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

ATIVIDADE PARLAMENTAR:

George Soares participa de maior encontro parlamentar da América Latina
O deputado estadual George Soares (PR) participa, nesta semana, da Conferência Nacional dos legisladores da UNALE - União Nacional dos Legisladores Estaduais - em Vitória, no estado do Espírito Santo.

Segundo o deputado George, "Esse é um momento de discussão e de apresentação de soluções para todos os legisladores do Brasil, e tem como o tema principal: Mudanças globais e os novos rumos, onde se debate sobre sustentabilidade, infraestrutura de logística no Brasil, desenvolvimento, crescimento, etc. A conferência da UNALE é o maior encontro parlamentar da América Latina."
Assessoria de Imprensa do Deputado Estadual George Soares 

DEDIM DE PROSA:

Má companhia 
 

O PESCADOR Francisco Alves da Costa do Porto Piató conhecido por “Bala”, não podia tomar umas cachaças que saía "arengando". Quando o cidadão Saturno veio da Ponta Grande (Ipanguaçu) para morar no Piató, preocupado com a adaptação dos filhos na nova comunidade, sempre os acompanhava de perto. 
Certo dia, seu filho Clóvis saiu para tomar umas cachaças com uma turma debaixo de um pé de figo na margem da lagoa. Não demorou muito, seu Saturno saiu atrás. Quando avistou a turma gritou:

- Clovis, ou Clóvis...!

Bala ouvindo o chamado levantou-se e gritou:

- Clóvis tá aqui mais eu... Não se preocupe seu Saturno!

O velho Saturno sem cerimônias alertou:

- É por isso mesmo que eu vim buscá-lo, porque você esta aí. 
Fonte: Dez Contos & Cem Causos - Ivan Pinheiro.
Imagem Ilustrativa: www.sitiotatuape.com.br

INSTITUTO HISTÓRICO:

O presidente do Instituto Histórico e Geográfico do RN (IHGRN), Valério Mesquita, assina o Edital de Convocação, cuja cópia é estampada nesta quarta-feira (10) pelo Diário Oficial do Estado, que trata da realização de uma Assembleia Geral Ordinária.
A Assembleia, segundo o documento convocatório, do dia 1º de junho, está agendada para o dia 17 de julho, uma sexta-feira, no auditório da instituição, na capital do estado, às 15h30 e 16h, respectivamente, em primeira e segunda chamadas.
A pauta para discussão e deliberação dos sócios do IHGRN engloba os seguintes pontos: apreciação do Relatório de Gestão e Demonstração Contábil da Diretoria, exercício de 2014; e, outros assuntos correlatos.
Postado por Pauta Aberta.

AÇÃO PARLAMENTAR:

Audiência pública proposta por George Soares debaterá a greve da UERN
Reafirmando seu comprometimento com uma educação de qualidade para os norte-rio-grandenses e demonstrando seu compromisso com o fortalecimento da Universidade do Estado do RN (UERN), o deputado estadual George Soares (PR) propôs à mesa diretora da Assembleia Legislativa a realização de uma Audiência Pública acerca da instituição como um todo e, principalmente, pelas razões que levaram à situação atual de greve.

A iniciativa do deputado se deu após ter lançado um apelo ao Governo do Estado para fazer o possível no sentido de atender à reivindicação dos docentes e técnicos-administrativos da instituição para evitar a paralisação.

Depois, George Soares se somou à comissão de parlamentares que se dispôs a estabelecer um canal de diálogo com a administração estadual objetivando encontrar saídas para garantir o encerramento da greve.

Por fim, sugeriu a Audiência Pública como instrumento para permitir que todos os atores, entidades e instituições, direta e indiretamente envolvidos na questão, possam expor sua argumentação para que, a partir desse amplo debate, se procurar alternativas que permitam o final da manifestação paredista e o consequente restabelecimento da rotina normal na UERN, inclusive o retorno de seu calendário letivo.

Acatada pela mesa diretora e pelo plenário, a proposição do deputado George Soares resultou na definição da Audiência Pública para o dia 16 de junho, próxima terça-feira, às 14h30, no Plenário da Assembleia Legislativa.

Assessoria de Imprensa do Deputado Estadual George Soares 
 

EVENTO:

TRANSPARÊNCIA NO LEGISLATIVO É DESTAQUE EM CONFERÊNCIA DA UNALE

UN
Os projetos de leis que tramitam nas Assembleias Legislativas de todo o Brasil nas áreas de infraestrutura, sustentabilidade, segurança jurídica e ética serão debatidos durante a 19ª edição da Conferência Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (CNLE), realizada pela União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (UNALE). O Rio Grande do Norte está representado no encontro.
Os deputados estaduais potiguares Gustavo Fernandes (PMDB), Galeno Torquato (PSD), Dison Lisboa (PSD), George Soares (PR) e Carlos Augusto Maia (PTdoB) participaram nesta quarta-feira (10) da abertura oficial da conferência, que ocorre que acontece esta semana em Vitória (ES).
Entres as autoridades presentes estavam o governador de Espírito Santo, Paulo Artung (PMDB); presidente da Assembleia Legislativa de Espírito Santo, Teodorico Ferraço (DEM); o ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD); o prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS); o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB); e o presidente da Assembleia de Pernambuco, Guilherme Uchoa (PDT).
O deputado estadual de Espírito Santo e presidente da Comissão organizadora da Conferência, Sandro Locutor (PPS), desejou as boas vindas a todos os participantes do evento. Em seguida, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, falou sobre a experiência que obteve como deputado estadual e sobre o compromisso de cada parlamentar.
“É fundamental que os deputados tenham consciência do papel a desempenhar junto a sociedade brasileira. Nesse mundo de transformações, o compromisso com o povo é a transparência serão sempre discutidos”, disse Kassab, que encerrou dizendo que “o Ministério das Cidades é dos deputados porque é voltado para atender aos municípios”.
A Conferência Nacional da Unale é o maior encontro parlamentar da América Latina. Este ano, são esperados 1.200 participantes, dentre parlamentares de todas as esferas políticas, além de agentes legislativos que trabalham diretamente com as Casas Legislativas pelo fortalecimento e aprimoramento do setor. Uma novidade desta edição será a participação de estudantes de universidades capixabas no evento. Mais de 800 alunos foram selecionados para acompanhar as palestras e mesas de debate. O objetivo é aproximar a política dos jovens, promovendo maior conscientização e entendimento dos trâmites legais que regem o país.
ALRN.

LANÇAMENTO DE LIVRO:

COISAS DE MATUTO
Na terça feira, dia 09 de junho, estive na Livraria Saraiva (Midway Mall), participando da noite de autógrafos do poeta Antônio Carlos Matos de Oliveira - lançamento do seu primeiro livro: "COISAS DE MATUTO". 
O evento reuniu familiares, amigos e muitos assuenses já que o autor viveu por longos anos naquela cidade (anos sessenta e setenta), vindo do Iguatu/CE em companhia dos pais: Maria Neide (in memorian) e Antônio Pereira  (então gerente do Banco do Brasil - agência do Assu). 
Antonio Carlos se apaixonou pela "Terra da Poesia", encontrou sua outra metade (Eudja), conviveu com poetas e boêmios passando a admirar a produção poética e, agora, mesmo morando distante, sempre retorna para tomar uns goles d'água do Piranhas/Assu e outras coisitas que os passarinhos não apreciam.
No livro, como bem disse o escritor e poeta José Lucas de Barros, "Antônio Carlos decanta o Assú de ponta a ponta. Não escapam aos raios de ação de seus versos: praças, igrejas, bares, bodegas, figuras sociais, motoristas de praça, escolas, feiras, vaqueiros, pescadores, festas de Natal, programas de rádio etc. Além disso, abriu o coração para dizer de sua vida estudantil, brincadeiras, seus amores, seu mundo romântico, quase transformando o livro numa obra autobiográfica muito aberta, franca e alegre". 
Parabenizo ao Antônio Carlos pela pela excelente produção literária. Informo aos leitores que, sempre que possível, usarei esse espaço para propalar suas poesias como forma de incentivo às novas gerações. 

quarta-feira, 10 de junho de 2015

LÁ DE NÓIZ:

BUDEGA DE FIRMINO
 
Firmino Dezenove, comerciante assuense conhecido pela sua impaciência com o freguês que chegava perguntando preço de tudo e saia sem comprar nada. Para ele a especulação de preços era inadmissível e para aquele cliente que voltava para comprar a mercadoria pesquisada em outra bodega, tinha sempre uma resposta negativa pronta: "tenho, mas não vendo, se você quisesse tinha levado da primeira vez", era geralmente sua resposta implacável. 

A budega de Firmino 
Eu gosto de me alembrá
Dos meus tempo de minino
Quando is lá comprá 
Era uma venda surtida
De tudo tinha na vida
Era grande o suprimento
Mas só Firmino sabia
Achá a mercadoria
Na hora do pagamento.

Se o freguês perguntasse
Por um precinho quarqué
E adispois de lá vortasse
Pra perguntá quanto é
Ele dizia infadado
Foi precurá no mercado
O preço da friguisia?
Agora num tem mais jeito
Nem cum orde du prefeito
Eu vendo a ingrisia.

E tava dado o recado
Pra comprá la na budega 
Existia um predicado
Num inganava uma cega
Mais porém num admitia
Toda aquela correria
Pelo preço na cidade
O qui é de fato dotô
Firmino foi o inventô
Do cartão fidelidade. 

Vendia um pôco de tudo
E num tinha caristia
Panela, tampa, canudo
Pexêra, faca, rudia
De fumo preto e tuaia
Barbante, chapé de paia,
Chinela de lançamento,
Fazenda de toda cor
Infeitada de fulô
Inxada, pá e cimento.

Lá nóis tinha garantia
Das orige do produto
Era grande a regalia
Qui fazia pru matuto
Anotava num papé
Os pidido ali de pé
Na bêrada do barcão
Logo depois o embruio
Era grande meu orguio
Das budega do sertão.

De Firmino pode crê
Eu tenho munta sordade
Do seu jeito de vendê
Cum munta sinceridade
Do vale pru tabuleiro
Do peão ao fazendero
Passava a mercadoria
Sem precisá de carrim
E nem daquele pantim
Qui a gente vê hoje im dia.

Fonte: COISAS DE MATUTO - Antônio Carlos Matos de Oliveira - CJA Edições - 2015.
Foto Ilustrativa: www.youtube.com

LITERATURA:

Dica de leitura *

O escritor Marcos Medeiros, publicou recentemente o cordel em quadrinhos  “Zé da Jia”, que além de entreter e alegrar, sobretudo a criançada, tem uma notória intenção, na própria sequência dos quadrinhos, de promover o desenvolvimento cognitivo das crianças, na medida em que elas raciocinam, refletem, e preveem o quadrinho subsequente, acompanhando a sua leitura.
Os quadrinhos, na grande maioria das vezes, são histórias narradas a partir da estrutura que sintoniza o desenho e a fala; constituem gênero discursivo associado às linguagens verbal e imagética, envolvendo elementos como personagens, tempo, espaço e acontecimentos organizados em sequência, numa relação de causa e efeito. É o que acontece com a história de “Zé da Jia”, quando  este, nascido no Estado do Rio Grande do Norte, vai investigar suas origens e o motivo do seu apelido.
Ao invés de usar a expressão verbal, que costuma aparecer nos balões, o autor utilizou o cordel, associado a imagens. O uso de imagens e a representação de gestos compõem a linguagem não verbal.
A sequência de imagens do gibi de Marcos Medeiros, como a dos quadrinhos, colabora, muita vezes, para que a própria criança compreenda melhor o sentido da história, antes mesmo de aprender a ler. Ela vai conseguir entender muito do que trata a revista através das imagens. Sem dúvidas, a  leitura de gibis é uma atividade lúdica para as crianças, que naturalmente se identificam com a linguagem dos quadrinhos e, muitas vezes, estabelecem uma relação afetiva com seus personagens. É o que acontece, por exemplo, com o personagem Zé da Jia, que tenta descobrir, por intermédio de um ancião, a origem do seu apelido.
A intenção da revista de Marcos Medeiros,  bem, como a de outros quadrinhos e formas de arte, faz parte de um contexto, seja ele histórico ou social. São na verdade um instrumento de mensagem e, sobretudo de aprendizado. Iniciativa portanto muito válida.
*Thiago Gonzaga é pesquisador
Fonte: 101 Livros do RN.

EVENTO:

A CASA DO CORDEL estará promovendo na próxima quinta feira, dia 11 de junho, a partir das 17:30 horas na sua sede, situada na Cidade Alta, o evento cultural QUINTA DO CORDEL. Contará com as participações dos poetas Bob Motta e Jadinho Lima.
PARTCIPE!! 

terça-feira, 9 de junho de 2015

GAZETA DO OESTE:

Emparn aponta diminuição de chuvas em até 80% neste ano em solo potiguar

O RN vive um dos piores períodos pluviométricos de sua história, com diminuição de chuvas em até 80% na média histórica registrada entre os meses de março e junho.

Incidência de chuvas não amenizou escassez hídrica
Foto: Ednilto Neves
A incidência de chuvas na capital nos últimos dias, não atenuou a dura realidade enfrentada pelo Rio Grande do Norte. O Estado vive um dos piores períodos pluviométricos de sua história, com diminuição de chuvas em até 80% na média histórica registrada entre os meses de março e junho. A análise é do meteorologista da Emparn Gilmar Bistrot, que afirma que a fase de chuvas do interior do Estado já se encerrou e a do litoral deve durar até agosto.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

LANÇAMENTO DE LIVRO:

COISAS DE MATUTO

Nesta terça feira, dia 09 de junho de 2015 na Livraria Saraiva Midway Mall, a partir das 19h00, o poeta Antônio Carlos Matos de Oliveira, lança seu primeiro livro: "COISAS DE MATUTO". Sobre a obra vejam o que dizem alguns literatos.
Por:
José Lucas de Barros
Antônio Carlos decanta o Assú de ponta a ponta. Não escapam aos raios de ação de seus versos: praças, igrejas, bares, bodegas, figuras sociais, motoristas de praça, escolas, feiras, vaqueiros, pescadores, festas de Natal, programas de rádio etc. Além disso, abriu o coração para dizer de sua vida estudantil, brincadeiras, seus amores, seu mundo romântico, quase transformando o livro numa obra autobiográfica muito aberta, franca e alegre. 

Por:
PAULO ALFREDO SIMONETTI GOMES.
Seu moço, ao ler essas coisas de matuto, lembro as veredas abertas nas matas do sertão, onde os pássaros empoleirados nos galhos do arvoredo disferem o seu alegre gorjeio ao raiar das madrugadas e o comboieiro trafega tangendo a tropa de burro, em cujo lombo transporta víveres para o abastecimento da população rural. Lembro o bafejo cheiroso da chuva, vindo de todos os lados do matagal orvalhado pela espessa neblina de uma manhã glacial. Lembro, por fim, o amplo terreiro da Casa Grande, onde o cachorro, latindo furiosamente, acua o passante, aquele mesmo cão que “ladra enquanto a caravana passa”. Nesse terreiro, descreve o poeta, espalham-se por todos os lados os agregados, entregues a faina diária dos cuidados da pocilga, do aprisco que abriga a criação e do curral onde as vacas de leite malham. Sequer esqueceu, o vate primoroso, de aguçar a nossa memória, com a magia de sua verve, para a imagem do vasto alpendre da Casa Grande, de cujos armadores pendem redes brancas de dormir, com ricas varandas de rendas, ao lado de cadeiras de balanço, para descanso do Fazendeiro, ou do viajante, ali arranchado. A poesia do jovem escritor derrama-se pelo terreiro da Casa Grande e espraia-se, sertão adentro, no que a vista dá. Passa pelo grande açude, em cuja margem o bando alado de marrecos perseguido pelo caçador, sobrevoa assustado, o tapete verde de aguapé. E a inspiração vai além, até a densa mata que de longe circunda a propriedade, o campo onde o resto do rebanho pasta, sob o olhar atento do vaqueiro, que, vez por outra, dispara em sua montaria, varando grosso cipoal para resgatar uma rês tresmalhada. O sertão é um só em qualquer parte. Rusticidade do homem e da própria natureza. Seus versos capitaram, tanto as curiosidades do meio rural, como as excentricidades, dos burgos sertanejos, onde o tabaréu, meio deslocado, passeia pela feira, deslumbrado diante do parque de diversões e da multidão que se apinha no adro da igreja, por ocasião da Festa do Padroeiro, momento que faz a sua reza e deixa a oferta para o santo de sua devoção. 
Por que um “cabra da peste” sai de Iguatu no Ceará e vai até Açu (ou Assú) no Rio Grande do Norte, para colher subsídios que lhe garantirão o ingresso na literatura? Mas Antônio Carlos é assim mesmo. Seu livro destaca seus momentos de sonhos e devaneios. Para onde o destino tomba, surge um caso e uma poesia, nas pessoas, nos fatos, no dia a dia. É apaixonado pela vida, pelo violão, pelos amigos e, principalmente, pela família. Dos frutos dessa paixão, teve origem seus muitos versos, sua veia poética, sua vida de artista. Sua argúcia e perspicácia, sua inspiração, nos mostram numa visão poética, quadros sertanejos de fazendas e cidades, onde juntos, nos regalamos com a beleza da vida campesina. O Poeta, deixou de lado, por instantes, o mestrado feito em Louvain La Neve, na Bélgica, o Curso de Engenharia Civil feito em Fortaleza (CE) e o exercício do Magistério na Universidade Potiguar, em Natal (RN), resumindo, deixou de lado por instantes, o fausto da vida acadêmica para entregar-se de corpo e alma ao lirismo da região do semiárido e de sua gente. 
Fonte: Literatura - UERN Assu - 40 anos.

SOBRE A FAMÍLIA ALVES:

 
João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Matemático, sócio do IHGRN e do INRG.
Tive algumas dificuldades na descoberta de alguns parentescos, em virtude de segredos que eram mantidos por familiares. Grande parte desses segredos vinha do nascimento de filhos naturais, como se isso não fosse comum nas famílias do mundo todo, desde o começo dos tempos.
A primeira dessas dificuldades veio quando tentei descobrir o parentesco do Senador Georgino Avelino com a nossa família. Todo mundo era parente dele, mas não ninguém sabia explicar como. Através de exaustivas pesquisas em documentos fui me aproximando mais e mais da verdade. Ela somente foi confirmada através do meu parente José Nazareno Avelino, morador no Assú. O avó do Senador Georgino, Vicente Maria da Costa Avelino, era filho bastardo (como se dizia naquela época) do meu trisavô Alexandre Avelino da Costa Martins.
Depois, tentei descobrir como era nosso parentesco com os Alves. Papai deixou escrito que tanto os Alves Fernandes como os Rodrigues do Baixo Assú e Macau eram do clã do velho José Martins Ferreira. Foi uma pesquisa difícil, aonde a maior dificuldade vinha da afirmação que os Alves eram de Santana do Matos. Minha irmã, que conversou mais com minha avó, Maria Josefina Martins Ferreira, afirmava que ela era prima legitima de seu Nezinho. Ninguém mais sabia dizer coisa alguma. Cheguei a conversar com membros da família Alves, incluindo aí, descendentes de Manoel Alves Martins Filho, irmão de seu Nezinho, mas qualquer elo para eles estava distante no tempo. Somente, quando encontrei, lá no Fórum de Assú, o inventário de meu tio-bisavô José Alves Martins, tudo se esclareceu repentinamente. Nele estavam nomeados todos os nove filhos dele e da sua esposa Francisca Martins de Oliveira, incluindo aí Manoel Alves Martins, Josefina Emília, Militão Alves Martins e Delfino Alves Martins.
Minha tia Águida Torres Avelino foi casada com Bernardo Pinto de Abreu. Não tinha nenhuma informação sobre ele. Procurei entre os familiares mais detalhes, mas nada. Com a ajuda de meus tios Francisco Avelino e Láercio Avelino, localizei no Rio de Janeiro, Fátima Pantoja e Manoel Pantoja, filhos de Pintinha (Maria Pinto de Abreu) e netos maternos de tia Águida. Havia um ranço com relação a minha tia-avó, pois ela, quando viúva de Bernardo Pinto de Abreu, teve uma filha natural, conhecida na família com Ritinha. Deram-me o telefone de Rosália Pinto de Abreu, outra filha de Bernardo e Águida, que mora em Recife, e, atualmente está com 107 anos. Como na época estava doente, conversei tranquilamente com Irene filha dela que me deu maiores detalhes dessa descendência, que já comentei em artigo anterior.
Um dia quando meu tio Chiquinho esteve aqui em Natal, perguntei por que ele não tinha o nome completo do seu avô Francisco Avelino da Costa Bezerra. Ele me respondeu que isso aconteceu por conta da existência de um filho bastardo desse referido avô. Agora, quando da vinda de Francisco Avelino Neto, por conta da doença de mamãe, resolvi continuar a conversa. Queria saber mais detalhes, iniciando pelo nome desse irmão de meu avô. Chamava-se Luiz Torres. Foi descrito como um homem alto e moreno. Meus tios lembravam-se de um dos filhos dele, de nome Chico Torres. Tia Francisquinha disse que estudou com ele, no primário, lá em Angicos, e tio Laércio disse que ele, Chico Torres, foi casado com a viúva de um tal Clarindo Dantas.
Uma pergunta que meus tios não souberam responder: Se Luiz era filho natural de Francisco Avelino da Costa Bezerra, porque ele tinha o sobrenome da esposa dele, Josefa Maria da Costa Torres? Nas pesquisas que tenho feito em livros de registros que começam em 1688, filhos naturais estão sempre presentes. A esposa do português Manoel Raposo da Câmara nasceu antes dos pais se casarem. O coronel Francisco Machado de Oliveira Barros gerou um filho natural que foi presidente de nossa Província, Joaquim José do Rego Barros. Minha tetravó Lourença Dias da Rosa nasceu antes de sua mãe, a viúva Francisca Xavier Lopes, casar com meu tetravô Francisco Xavier da Cruz. Não esperou pelo casamento com o primo. Os padres Thomaz Pereira de Araújo, Francisco de Brito Guerra, Antonio de Souza Martins, Pantaleão da Costa Araújo e tantos outros deixaram larga descendência por aqui. Jerônimo de Albuquerque Maranhão, uma das figuras exponenciais da nossa história, era filho natural de Jerônimo de Albuquerque com uma índia.


Batismo de Lourença Dias da Rosa
Fonte: Hipotenusa.

ATIVIDADE PARLAMENTAR:

George Soares participa de festejos no tradicional São João do Assú
A tradicional programação do São João, este fim de semana, movimentou a cidade do Assú e revelou o sentimento de alegria da população, pelo início das comemorações dos festivos juninos mais antigos do mundo.

O deputado estadual George Soares que obteve grande parte de sua representatividade na Assembleia do RN na cidade capital do Vale do Açu, participou junto com sua família, das Missas Campais celebradas pelo Padre Flávio Melo, do leilão realizado no bairro do IPE com muitas comidas típicas e da terceira Cavalgada a Santo Antônio que ao seu fim, confraternizou os participantes em um grande almoço para homenagear Santo Antônio, neste domingo (07).

Para George Soares, "esse momento enriquece o povo do Assú, pois quando há confraternização de um período tão singular como o São João, entende-se a identidade, a dimensão da cultura e a grandeza dos festejos juninos".
 
--
Assessoria de Imprensa do Deputado Estadual George Soares