terça-feira, 28 de outubro de 2014

RAMO INTELECTUAL DO ASSU:

PALMYRA WANDERLEY
PALMYRA WANDERLEY filha do assuense Celestino Carlos Wanderley e Anna Guimarães Wanderley (neta do  primeiro médico norte-rio-grandense, o assuense Dr. Luiz Carlos Wanderley), nasceu em Natal em 06 de agosto de 1894. 

Palmyra foi uma mulher de pensamentos largos. Contribuiu ativamente para o desenvolvimento social, político e histórico do Rio Grande do Norte, cujas virtudes a inseriu no livro 400 Nomes de Natal publicado no ano 2000 quando das comemorações dos 400 anos da cidade do Natal.

Poetisa, jornalista, teatróloga Palmyra dos Guimarães Wanderley ou simplesmente "Palmyra Wanderley", como era mais conhecida foi pioneira do jornalismo feminino norte-rio-grandense. Fundou, juntamente com um grupo de poetisas e escritoras de sua época, a revista Via Láctea - primeira publicação no Estado editada só por mulheres, e que circulou entre 1914 e 1915.

Desde jovem colaborou com poemas, crônicas, discursos e saudações nos jornais “A República”, “A Ordem”, “Diário de Natal” e “Tribuna do Norte” todos estaduais. Essa atividade se estendeu a publicações de outros Estados, como os jornais “A Republica”, “A União”, do Rio de Janeiro, a “Revista Moderna”, de São Paulo, “Paladino do Lar”, da Bahia, “Estrela”, do Ceará, entre outros.

Oriunda de uma família potiguar com forte tradição intelectual, estreou em livro no ano de 1918, com Esmeraldas. Seu segundo livro de poemas, Roseira Brava, publicado em 1929, recebeu menção honrosa no Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras, em 1930.

Palmyra Wanderley fez a leitura desse seu último livro na Academia Pernambucana de Letras, sendo publicado por “A Revista da Cidade”, do Recife. O livro também lhe valeu a seguinte referência do escritor e crítico Tristão de Ataíde que disse o seguinte: “O maior poeta feminino do Nordeste”.

Para o teatro, Palmyra Wanderley fez representar em 1924 a opereta “Festa das Cores”, composta de dois atos intitulados “A glorificação” e “Coroação da cor verde”

Deixou várias obras inéditas, entre as quais Neblina da Vidraça (versos); Panorama Histórico (Poesia e prosa); O Sonho da Menina Sem Sonho (teatro), Rosa Mística (versos), Sutilezas Femininas (Crônicas)

Sobre a poesia de Palmyra Wanderley, comenta Veríssimo de Melo: "Há momentos de indiscutível beleza, apesar dos versos de circunstancias que escreveu as centenas. O preciosismo na forma, tão ao gosto dos poetas parnasianos, e outro traço característico da sua poesia".

Palmyra Wanderley foi homenageada com uma rua na capital do Estado no bairro das Quintas. Em Assu também existe uma rua que leva o nome de Palmyra Wanderley - justas homenagens a esta grande mulher  que faleceu no dia 19 de novembro de 1978.

PITANGUEIRA

Termina agosto... A pitangueira flora...
a umbela verde cobre-se de alvura;
E, antes que de setembro finde a aurora,
Enrubesce a  pitanga... Está madura.

Da flor, o fruto é de esmeralda, agora...
Num topázio, depois se transfigura,
E, pouco a pouco, um sol de estio a cora,
Dando a cor dos rubis á carnadura. 

A pele é fina, a carne é veludosa,
Vermelha como o sangue, perfumosa
Como se humana a sua carne fosse...

Do fruto, às vezes, roxo, como o espargo,
A polpa tem um travo doce-amargo,
- O sabor da Saudade, amargo e doce...

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