domingo, 21 de setembro de 2014

REMINISCÊNCIAS:

CHEIAS DE 1964
- CONCLUSÃO -
O ex-prefeito do Assu, ex-deputado estadual, Edgard Borges Montenegro ainda acompanha as enchentes no Vale do Assu ano a ano. Seu pai, Manoel de Melo Montenegro e também deputado na região, foi o responsável pela independência do então distrito de Sacramento, mais tarde batizado pelo consultor Nestor Lima de Ipanguaçu. O pluviômetro fincado na fazenda Picada desde o ano de 1913 pelo pai foi considerado pela SUDENE o melhor ponto de registro da queda pluviométrica no Estado. Dali media-se o comportamento da chuva, dos rios e dos ventos.
Edgard Montenegro lembra a famosa enchente de 1924 e da marca de 1.200 milímetros de água no pluviômetro do pai. A memória tentou puxar a precipitação registrada no ano de 1964: “Não lembro, mas deve ter passado um pouco disso”. Diz ele.

Edgard Montenegro,  acredita ter sido em 1964 a maior enchente já registrada no Vale.

Para o aposentado, a pior lembrança da enchente de 1964 foi a entrega de suprimentos e assistência às famílias desassistidas. Tudo era transportado em canoas amarradas umas as outras. Entre quatro e seis enfileiradas. Elas desciam a correnteza pela margem dos rios até os locais de abrigo. Era comum um percurso com dezenas de quilômetros. Sem acesso rodoviário, o transporte de alimentos e medicamentos era feito por canoas entre os municípios do Vale do Assu.

As canoas muito estreitas partiam com tábuas sobrepostas para dar melhor equilíbrio e segurança. Na região de tabuleiros, mais alta, foram construídas barracas improvisadas para abrigar as famílias vitimadas pela enchente. A prefeitura prestava a assistência emergente enquanto ficava a espera da logística mais completa do Estado. Afirma Edgard Montenegro que a cheia de 1964 foi um desespero muito grande.

Já o médico e ex-secretário estadual de Saúde, Ívis Bezerra disse que era recém-formado quando foi escalado entre os três médicos responsáveis pelo atendimento médico no Vale do Assu. Afirma que: "A logística de ajuda às vítimas da enchente de 1964 na região partiu basicamente da comunicação dos rádios amadores, do trabalho social desenvolvido pelo governo estadual, os helicópteros e estrutura enviada pelo governo federal (através do Ministério da Agricultura) e a assistência médica prestada pelo serviço de Saúde Pública – SESP".

Doutor Ívis Bezerra lembra que: estava entre os últimos carros a atravessar a ponte de Assu antes de ser interditada. No dia seguinte o rio passava por cima e atravessaram a pé para chegar a Ipanguaçu.
Tivemos como fonte: Diário de Natal de 13 de abril de 2008.

Nenhum comentário:

Postar um comentário