terça-feira, 9 de setembro de 2014

PÁGINA ASSUENSE:

         Da série “Poetas do Assú”, destacamos JOÃO NATANAEL DE MACÊDO. Homem que na sua sabedoria e amor à sua terra, quando o Assú completou 100 anos de Emancipação política ele publicou no jornal “A Cidade” o soneto intitulado de “Assú”, cujo último verso comparou-o a “... um pedaço de céu dentro do mundo”. Inspiração perpetuada 50 anos depois por iniciativa do então prefeito Lourinaldo Soares no monumento edificado na entrada da cidade, próximo ao florestal, idealizado pelo artista plástico Gilvan Lopes de Souza, nos 150 anos do Assú.
João Natanael era filho de José Soares de Macedo (seu Zoza) e Ana Maria Macedo e Araújo. Nasceu em 1880 e faleceu em setembro de 1949. Nas horas de angustias escreveu seus últimos versos:
Rainha dos pecadores
Escutai minha oração
Acalmai as minhas dores
Esta minha inquietação
Inspirai a minha esposa
Mais cuidado e atenção. 
         João Natanael deixou um livro manuscrito intitulado “Pó”. Nunca foi publicado.
         Suas poesias foram inspiradas no cotidiano do Assú e na sensualidade feminina. Sempre recheadas de humor. Mas Natanael era sobretudo tímido, nunca declamou uma de suas produções em público, compunha-as para os outros lerem. Durante uma conferência literária, tendo como conferencista o incomparável Câmara Cascudo, patrocinado pelos senhores Dr. Lauro Pinto e Walter de Sá Leitão, Natanael ao receber o convite recusou-se a comparecer e fez a quadra:
“Eu não vou a conferência
Porque receio, não minto,
Que o Pinto como o cascudo
Ou o Leitão engula o Pinto".
         Em Assú, existe uma rua que trás o seu nome, numa  homenagem pelo reconhecido destaque no meio intelectual da antiga “Terra dos Poetas”. A Rua João Natanael de Macedo é mais conhecida como beco do colégio. Faz a ligação das ruas Augusto Severo e Monsenhor Júlio Alves Bezerra.
         O soneto que enaltece a nossa terra com o título de “Assú” é o seguinte:
Terra Natal! É belo quando esplende
O azul de tua abobada infinita
Torrão, no qual tanta beleza habita
Onde o Piranhas plácido se estende.

Sertaneja cidade, em ti palpita
Um seio amigo e bom que a todos prende;
Teu campo é um ninho alegre que recende
Aos raios tropicais que o sol vomita.

Nordestino rincão, valor genérico
De um povo, a resistir a intensidade
Do terrível flagelo climatérico

Ao vir do inverno, em vez do mal profundo
Pode-se comparar tua bondade
A um pedaço de céu dentro do mundo.

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