quarta-feira, 23 de outubro de 2013

ASSUENSES DAS ANTIGAS

O poema abaixo, intitulado Minha Terra, Minha Gente, é parte integrante de um dos livros, com aquele mesmo título, do poeta potiguar do Assu chamado Andière Abreu, Majó, como é chamado carinhosamente. atualmente com sus bons 84 anos de idade bem vividos, na sua própria expressão. É de autoria dele, Majó, o poema que ele lembra com saudade, seus bons amigos e conterrâneos do Assu, do seu seu tempo de juventude, além de decantar as passagens, a economia da sua terra natal querida. Vejamos adiante para o nosso deleite.

Minha terra é boa, nobre,
Uma grande área cobre
Para o verso da morada.
E a alta tecnologia
Mostra a parte da euforia
Na agricultura irrigada.

Dos conterrâneos antigos
Onde tinha bons amigos
Aos que se foram lamento,
Deles sinto muita falta,
Com as memórias em alta,
Este é o meu julgamento.

E tudo em mim se ebaralha,
O raciocínio falha
Ao lembrar Anderson Abreu,
Sempre ao chegar no Assu
Penso no grande Guru
Que vida e tudo me deu.

E respiro tristes ares
Por não ver um João Soares
E o nosso Chico Germano,
Melé, Purueca, Barão,
Dói fundo no corção
Traz tristeza e desengano.

E não me impeçam que fale
Do grande líder do Vale
Primo e amigo Arnóbio Abreu,
Ele ainda está presente
Pois do Vale toda gente
Aina não o esqueceu.

Aí a memória estira
Pois vem Alves e Traíra
Todos dois Sebastião,
Manoel Rodrigues de fé
Um irmão que bebia em pé
Só que, no pé do balcão.

Também saíram de cena
O amigo Batista Sena
E o outro Batista o Nogueira,
Homens simples e corretos,
Bons companheiros, completos
Desses para a vida inteira.

Quero lembrar o "Baixinho"
O meu mestre Francisquinho
E o amigo violão,
Que mostra ter sete vidas
Vencendo todas bebidas
tornando-se um campeão.

Só não fico mais tristonho
Por ter ainda o Detonho
Pra eu rezar nos seus altares,
E também me dá prazer
Um bom mel borges beber
Com Mariano Tavares.

Com Dedé Caldasjantar
Na Acauã conversar
Sentindo aquele véntinho
É algo maravilhoso,
Mas também é bem gostoso
Dialogar Com Zé Pretinho.

Tem gente que é um achado:
Nibinha, Carlos Machado
Ao chegar vou procura-los,
Têm o cheiro da boêmia,
Só dão prazer e alegria,
É bom poder encontra-los.

Praças, Rios, Piató.
Muitos amigos, Chicó,
Ver o Cônsul da cidade,
O Vale, a carnaubeira,
Risos, o culto à besteira,
A velhice, a mocidade.

Assu é a que nós conhecemos,
A ela tods nós demos
Valor, Orgulho, Riqueza,
Terra plena de valores
Cultuando versos, amores
Á dádiva da natureza.
 
FOTO: Da esquerda: Dedé Caldas, Nazareno Tavares [Barão], Andiere Abreu [Majó], Detônio Fonseca e Chico Germano. Início da década de sessenta. Fotografia tirada Praça Getúlio Vargas.

Postado por Fernando Caldas

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