quarta-feira, 18 de setembro de 2013

HISTÓRIA


Corria o ano de 1922, a terra assuense (a segunda cidade a ser criada no interior do Estado norte-riograndense) já tinha ares de cidade grande, com seus sobrados e casarões, jornais e mais jornais editados e impressos nas tipografias da cidade, vivendo em plena atividade literária, praticando as artes cênicas, promovendo recitais de poesias e realizando tertúlias. Afinal, vivendo de glórias com uma perspectiva de futuro promissor com a extração da cera de carnaúba. Faltava apenas uma instituição educacional digna para os filhos inteligentes daquele lugar.

Foi então que Monsenhor Joaquim Honório da Silveira idealizou fundar naquela terra assuense com a colaboração da sociedade, um educandário que pudesse atender os filhos do Assu mais abastados. Ele então se Juntou a um grupo de pessoas e começaram as mobilizações. Deu-se então a primeira reunião para escolher uma comissão para dar andamento daquela idéia, em data de 3 de julho de 1922. Foram escolhidos os senhores Monsenhor Joaquim Honório da Silveira, Pedro Soares de Araújo Amorim, dr. Ernesto da Fonseca, dr. José Correia de Araújo Furtado, Luiz Paulino Cabral, José Soares Filgueira Sobrinho e Ezequiel Epaminondas da Fonseca, respectivamente presidente, vice-presidente, 2. vice- presidente, 1. Secretário, 2. secretário e tesoureiro.

No dia 7 de setembro de 1922 houve uma solenidade para se colocar a pedra fundamental daquele sonhado colégio. Aquela comissão e a sociedade em geral começaram a realizar quermesses, festivais, apresentações dramáticas, etc, para angariar recursos. Depõe Francisco Amorim que um único órgão público fez doação para a construção daquele educandário como, por exemplo, a Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte através do deputado Pedro Soares de Araújo Amorim, que doou a quantia de de 2$000 (dois mil contos de réis) moeda da época para ajudar a construir aquele educandário.

Passaram-se então cinco anos de luta para a sua conclusão, faltava apenas "providenciar os meios para conseguir uma entidade dedicada ao ensino, capaz de assumir a responsabilidade do seu funcionamento", cabendo ao Bispo Diocesano, Dom José Pereira Alves que em contato com a Congregação das Filhas do Amor Divino aceitaram mandar no dia 20 de outubro de 1926 até a cidade de Assu uma comissão formadas pelas Irmãs Madre Terezinha Wernes, Soror Josefina e Soror Constância, do Colégio Santa Terezinha do Menino Jesus. de Caicó, para supervisionar a obra que foi aprovada por aquelas freiras.

Aprovado a obra (que ainda estava em fase terminal) por aquela comissão chegaram então na cidade de Lages (RN) no dia 27 de fevereiro (naquele tempo a Estrada de Ferro do Rio Grande do Norte terminava naquele lugar que fica a 100km de Assu), procedentes de Viena, Áustria, as Irmãs (as primeira professoras daquele colégio) chamadas Madre Jaromira Ondra, Irmã Digna Taudes, Irmã Alberta Garimberta, Irmã Volkmara Stanoschek e Irmã Mercedes Fonta que foram recebidas naquela cidade do interior potiguar, pelo senhor Luiz Lucas Lins Caldas Neto (meu avô paterno) que as trouxeram para o Assu num automóvel Ford, ano de fabricação 1922. E no dia 9 de março daquele mesmo ano deu-se então a sua inauguração com a presença do presidente do Estado dr. José Augusto Bezerra de Medeiros, dentre outras autoridades locais. A solenidade de inauguração fora presidida por aquele presidente (o que representa hoje governador do estado). Fizeram também parte da mesa diretora daquela solenidade de inauguração, Dom José, Bispo Diocesano e dr. Nestor dos Santos Lima (assuense) que era o diretor do Departamento de Educação, além de Monsehor Honório, Reitor do Seminário, Pe. Júlio Alves Bezerra, vigário da Paróquia de São João Batista, Adalberto Amorim, dr Ezequiel Fonseca Filho, representando o vice-presidente do Estado, professor Alfredo Simonette, Pe. José Lamartine, Major Minervino Wanderley e o jornalista Palmério Filho que naquela época era um dos diretores do importante jornal do Assu intitulado "A Cidade".

A primeira aluna (inicialmente aquele colégio somente começou a funcionar com 32 alunas e somente aceitava pessoas do sexo feminino) fora Marta Cortez (hoje viúva Sebastião Alves Martins que ainda vive). Em 1928 o colégio começou a matricular alunos do sexo masculino e, o seu primeiro aluno ali matriculado foi Edgard Borges Montenegro (que foi prefeito do Assu, deputado estadual, hoje com 92 anos de idade). Foram, portanto 13 alunos matriculados.
Afinal, com a transferência de Madre Jaromira Ondra em 1929 para a cidade de Caicó, (RN) deu lugar a Madre Superiora chamada Cristina Vlastnik e com a transferência da irmã Digna Taudes para o Rio Grande do Sul deu lugar a Irmã Josefina Gallas de nacionalidade austríaca para exercer a função de Mestra de Candidatas a Noviças e Assistente da Casa. Irmã Josefina com a sua simpatia que lhe era peculiar foi superiora de 1960 a 1964 e 1964 a 1966.

Naquele educandário funcionou também um curso técnico de contabilidade (1950), uma escola (funcionando à noite para pessoas carentes) e um curso de pedagogia. Era considerado um dos melhores colégios do interior do Estado potiguar, com regime de internato e semi-internato (feminino) e externato, com as seguintes disciplinas (no tempo em que começou a funcionar): Português, Francês, Italiano, e Alemão, História do Brasil, História Sagrada, aritmética, Geometria, trigonometria, Álgebra e Geografia, Bandolim, Piano, Violino, Bordado e desenho.

Na sua capela (que foi remodelada por Madre Josefina) foi feito o primeiro batismo segundo o escritor Francisco Amorim na pessoa do senhor Edmilson Lins Caldas (pai do organizador desta página) em data de 12 de junho de 1927. A imagem de Nossa Senhora das Vitórias foi doada por Monsenhor Honório.

Fonte: Francisco Amorim

A fotografia é data de 1946. É a foto mais antiga colégio que se tem registro.
Postado por: Fernando Caldas

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