sábado, 19 de janeiro de 2013

POESIA

ASSU – TERRA DOS POETAS

Ivan Pinheiro
Você já foi indagado por alguém sobre a origem dos cognomes: Assu – Atenas Norte-riograndense ou Assu – Terra dos Poetas?
Certamente que sim. Ambos surgiram a partir da segunda década do século passado quando o então Governador Antonio de Souza autorizou a realização de um estudo para que fossem identificados os poetas e poetisas do Estado. O trabalho ficou a cargo do escritor Ezequiel Wanderley que publicou, no ano de 1922, a primeira antologia poética do Estado intitulando-a de: “Poetas do Rio Grande do Norte”.
Esta coletânea foi, reconhecidamente, a mais bem elaborada. O corpus do livro foi composto por trabalhos de 107 poetas. Do universo da obra literária o Assu destacou-se com 27%, ou seja, 28 poetas eram assuenses. Destes, 12 eram imortais da Academia Norte-riograndense de Letras do Rio Grande do Norte. 
Como o Assu já se apresentava com destaque no cenário cultural potiguar, sobretudo, no jornalismo, teatro e na música, após a edição daquele livro, não foi difícil para os produtores da arte e da cultura Potiguar comparar o Assu, em nível de Rio Grande do Norte, com Atenas (capital da Grécia antiga – berço da sabedoria, das manifestações artísticas e da democracia), cognominando-o de Atenas Norte-riograndense.
A partir daí escrever em versos tornou-se moda, mania... A cidade passou a “respirar” poesia dos mais variados gêneros. Para o leitor ter uma ideia, até recados eram enviados em rima. Gradativamente o Assu transformou-se na “Terra dos Poetas”
Descreve o historiador Francisco Amorim - o popular Chisquito que: “... Velhos e moços se aglutinavam, se harmonizavam e se entendiam na promoção de tertúlias literárias destinadas a acelerar, a desenvolver e a intelectualizar o meio ambiente... A espontaneidade das revelações no domínio das belas-artes surpreendia...”.
Outros trabalhos nesta linha foram realizados no Estado. Os poetas Assuenses sempre marcaram presença nessas seletas se destacando sobre as demais cidades interioranas.
Poeta assuense Paulo Varela
Atualmente, apesar de não se cultuar mais a prática de “brincar com poesia”, mesmo assim, ainda encontramos nos diversos recantos do município, uma infinidade de adeptos da arte poética. 
No ano de 1985, com o apoio da Prefeitura Municipal do Assu e da então Escola Superior de Agricultura de Mossoró – ESAM - foi publicado o livro Vertente Poética uma coletânea reunindo trabalhos de diversos poetas do Assu e região.
Poeta e cantor assuense Mariano Tavares Júnior
Neste mesmo sentido, buscando valorizar a arte da inspiração literária, no ano de 2002, a Prefeitura Municipal através da Coleção Assuense reuniu trabalhos de 25 poetas e publicou o livro: Vertentes – Reunião com 25 poetas assuenses contemporâneos.
Assu pode até não possuir, na atualidade, muitos poetas vivos de destaques. No entanto, pela sua tradição, pelo legado das gerações que contribuíram com destaques nas artes do nosso Estado, certamente permanecerá por longos anos usufruindo do privilégio de ser conhecido pelos codinomes: Assu - Terra dos Poetas, e Assu - Atenas Norte-riograndense.   

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