sábado, 3 de novembro de 2012

POESIA

A MORTE DAS CARTAS

As cartas que morreram
não foram as cartas do tarô,
foram as cartas dos amigos
foram as cartas de amor.
Não sei exata a data
que morreram essas cartas,
nem sei quem foi que matou.

Essas cartas eram vivas
era a maior alegria,
com uma carta de amor
qualquer pessoa sorria.
Respondia-se essa carta
de maneira imediata
com linda caligrafia.

Pois numa carta de amor
tudo precisava ser perfeito,
as palavras eram flechas
que acertavam o peito.
Em papel perfumado
o envelope enfeitado,
com flores de todo jeito.

E o pedido de namoro
que João fez pra Maria:
- Meu docinho de coco,
minha flor de melancia;
Se você quer me namorar?
Meu amor eu vou lhe dar
seu sorriso é minha alegria.

Mas a resposta da carta
as vezes não era o esperado:
- Me respeite senhor João!
que já tenho namorado,
deixe de melancolia
cante em outra freguesia.
Tu és um cabra safado!

Mais também tinha resposta
que deixava o cabra feliz:
- Você quer me namorar?
Isso é o que sempre quis!
Um romance duradouro
o resultado do namoro
era o altar da matriz.

Tinha carta de amigos
que contavam as novidades,
do passeio lá no campo
da festa lá na cidade.
Eram tantas as notícias;
Fofocas, até sem malícias
fatos com veracidade.

Hoje não se escreve cartas
pra amigo ou namorado,
basta um telefonema
sstar dado o recado.
A namorada se enganou?
Na noite que passou
o namoro está acabado.



É msn na internet,
torpedo no celular,
é namoro sem fronteira
sem o brilho do olhar.
Não se tem privacidade
nem a mesma ansiedade
em ver o carteiro chegar.

Quando o carteiro vinha
com sua bolsa amarela,
cheia de correspondências
alegria dentro dela.
Hoje quando ele vem
sua bolsa já não tem
as cartas que tinha nela.

Quando o carteiro passa
só traz conta pra pagar,
cartão de crédito, sem crédito;
a conta do celular;
mais as cartas dos amigos,
ou de amores, eu não consigo
saber onde foi parar.



Autor: Francisco Donizete de Souza

Jucurutu – 1º lugar no Concurso Literário Celso da Silveira.
Assu - 2011.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

PACIÊNCIA

Não é fácil ter paciência diante dos que têm excesso de paciência.
                              Carlos Drumond de Andrade

AGORA SIM... DÁ PARA SUPORTAR...












...MESMO ASSIM EXISTEM LIMITES
















"A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrivel que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede"

                                        Carlos Drumond de Andrade

Dr. PEDRO AMORIM


PEDRO SOARES DE ARAÚJO AMORIM (Dr. Pedro Amorim) – Nasceu em Assu no dia 28 de setembro de 1880. Seus pais: Pedro Soares de Amorim e dona Maria Francisca Araújo Amorim. No Ateneu Norte Rio Grandense, em Natal, fez os seus preparatórios. Em seguida, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, titulando-se primeiro em Farmácia em 1902 e, em 1903, recebia o seu diploma de Médico, defendendo a tese “Afecção Calculose Vesical”, que mereceu aprovação distinta.

Regressando ao seu estado, clinicou vários anos em Macau, atendendo, também, Mossoró e Areia Branca, conquistando pela sua comprovada dedicação, competência e desprendimento pessoal, nessas localidades, um numeroso círculo de afetuosas estimas que perduraram por muitos e muitos anos. Aliava ao seu espírito filantrópico uma apreciável humanística.

Vindo residir em Assú em 1911, depois de ter contraído núpcias com dona Maria Beatriz Montenegro Amorim, em 29 de maio de 1909, na Fazenda “Picada”, pertencente hoje a Ipanguaçu, aceitou após reiterados apelos dos amigos, a chefia do Partido Republicano Federal em 1914, sendo neste ano eleito para dirigir os destinos administrativos do município do Assú,  cargo que foi renovado nos períodos de – 1914 – 1916 – 1923 – 1925 – 1926 – 1928 – 1929 e 1930, sendo o primeiro prefeito constitucional do Município.

Eleito Deputado ao Congresso Legislativo Estadual (deputado Estadual), exerceu o mandato de 1918, sendo várias vezes líder da bancada. Exerceu a presidência da Assembléia Legislativa, o que correspondia ao cargo de Vice-Governador do Estado, cargo que lhe proporcionou assinar a Constituinte do Rio Grande do Norte no ano de 1946.

Com acentuado pendor às letras e ao jornalismo, como estudante colaborou na imprensa natalense, tendo em 1897 redatoriado “O Íris” do Grêmio Literário “Castro Alves” de Natal. Em sua terra berço, dirigiu por algum tempo, na campanha política da candidatura Ferreira Chaves (1913) “A Cidade” e, em 1928, fundou e dirigiu o “Jornal do Sertão” que teve o seu desaparecimento ao rebentar a revolução de 30.

Foi Astrônomo amador e presidente da Associação Norte Rio grandense de Astronomia, fundada a 17 de junho de 1956. Depois que parou suas atividades neste ramo, foi contemplado com a honraria de Presidente de Honra da aludida Associação, homenagem prestada pela sociedade científica ao mais antigo astrônomo do estado.

É de sua autoria o opúsculo “O Município do Assú” (notícia até 1928), memória apresentada no Congresso Econômico do estado em 1929, nas comemorações do 2º ano do Governo Juvenal Lamartine, trabalho proveitoso aos que se dedicam à cultura histórica. Fazia parte, como sócio correspondente, do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.

Político dos mais honestos, médico dos mais humanitários, o seu nome continua a ser lembrado como padrão de honestidade e benemerência. Chefe político de maior liderança no município até hoje. Faleceu, às 0,35 horas do dia 06 de outubro de 1961, em sua residência à rua Apodí nº 247, em Natal. 

Em Assu Dr. Pedro Soares de Araújo Amorim é patrono de duas ruas: uma denominada de travessa no bairro centro (rua da Câmara Municipal) e uma avenida no bairro Frutilândia (lateral do hospital); CEPA (Centro educacional municipal); estátua ao lado da Prefeitura (edificada no final da gestão Ronaldo Soares - 2008) e o prédio do antigo cinema (sendo restaurado pela Petrobras através de uma emenda parlamentar da deputada federal Fátima Bezerra).   

Fonte: AMORIM, Francisco Augusto Caldas de, Titulados do Assu - 1982 - Natal/RN.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

CAUSO

PLACAR EM BRANCO
 

Alguns anos atrás, depois que "dependurei a chuteira" (que nunca tive), resolvi jogar futebol no 'Álcool Sport Club'. Depois de vários jogos meus companheiros de equipe fizeram um refrão que jamais esquecerei. Dizia o seguinte:
- "Com Ivan em campo não há placar em branco!"
Ora meus amigos, tudo isto seria uma verdadeira maravilha... Se eu não fosse o goleiro.
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SELO LITERÁRIO

Você sabia que dentre os programas e serviços prestados pela Assembleia Legislativa existe o Selo Literário? É a marca da Coleção Oswaldo Lamartine, uma homenagem ao grande escritor potiguar, criada para publicar livros de interesse do Rio Grande do Norte.
Portanto, mãos à obra. Literalmente!
Fonte: AssembLEIA nº 3. 

PÓS-GRADUAÇÃO - UFRN

O Programa de Pós-Graduação em Ciências Climáticas (PPGCC) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) está com as inscrições abertas para o processo seletivo para o curso de doutorado e mestrado. As inscrições vão até o dia 12 de novembro, e estão sendo oferecidas 10 vagas, sendo 4 vagas ao Programa de Qualificação Institucional (PQI) da UFRN. O edital e a ficha de inscrição estão disponíveis através do link: http://www.sigaa.ufrn.br/sigaa/public/programa/processo_seletivo.jsf?lc=pt_BR&id=5211.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

AbrASSUs

AbrASSUs aos amigos(as) e apologistas: Kadidja Paiva, Silvia de Sá Leitão (educadora dedicada), Chico Kabeção (grande poeta), Italo-rogeiro, Anizia Fonseca (saudades da terrinha?), Rosimar (apaixonado pela Capital dos Baobás), professora Socorro, Severino Augústulo Tavares (ex-companheiro de copo), Rosmari Nervis de Souza (uma escritora e contista gigante - breve publicarei um de seus contos) e a todos que estão acessando este espaço. Qualquer sugestão e/ou critica pode enviar para pinheirobezerra@hotmail.com. Lembro que ainda estou engatinhando e arranjando tempo.
Inté mais vê!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

ASSUENSES


NESTOR DOS SANTOS LIMA
NESTOR dos Santos LIMA - Nasceu em Assu-RN, no dia 01 de agosto de 1887. Filho de Galdino dos Santos Lima e Ana Souto Lima. Concluiu o curso de bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito do Recife. 

Ocupou os seguintes cargos públicos:
1924-1929: No governo de José Augusto Bezerra de Medeiros e Juvenal Lamartine de Farias foi Diretor do Departamento de Educação.
1930: Secretário Geral do Estado na Interventoria de Irineu Jofili e em 1931, Secretário Geral na Interventoria de Aluísio Moura.
1933-1936: Membro do Conselho Penitenciário, sendo presidente até a sua morte.
 
1935: Foi nomeado Procurador Geral do Estado.

Foi Professor de Direito Penitenciário da Faculdade de Direito da Universidade do Estado e lecionou também a Cadeira de Direito Internacional Público.
Foi sócio benemérito do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, instituição que presidiu durante trinta anos. Foi também sócio-correspondente de diversas instituições culturais do país, deixou uma obra extensa, abrangendo as áreas de educação, História e cultura popular.

Faleceu em Natal no dia 26 de fevereiro de 1959
Dr. Luiz Antonio e Dr. Nestor Lima, irmãos com as respectivas esposas: Dila e Helena Cicco. A irmã, Idyla, entre os dois. (foto do blog de Padre Celestino Pimentel)
Publicações de Nestor dos Santos Lima:
- A Matriz de Natal, 1909
- O quartel militar de Natal, 1913
- O culto da pátria e missão dos mestres, 1913
- Síntese do nosso movimento pedagógico, 1920
- Qual é o Rio Grande do Norte?, 1927
- Preciosa relíquia colonial, 1927
- Um século de ensino primário,1927
- Unificação e magistério nacional, 1927
- Assu, 1929
- O celibato pedagógico, 1929
- Monumentos do Rio Grande do Norte, 1933
- Tradições e Glórias de Mossoró, 1936
- Municípios do Rio Grande do Norte, 1937-1942
- O Grande dever, 1938
- As cinco sedes do Instituto, 1938-1982
- As lindes municipais através da história, 1939
- O doutor Souto, 1941
- As razões do Brasil no atual conflito, 1942
- No dia de Augusto Severo, 1943
- Em memória do Índio Potiguar – Dom Antônio Felipe Camarão, 1943
- Desembargador Manoel André da Rocha, 1944
- Limites entre a Paraíba e o Rio Grande do Norte, 1944
- Primeiro centenário do Barão do Rio Branco, 1945
- Ruas de Natal, 1946
- O centenário da cidade de Assu, 1946
- Sobre a Fortaleza dos Reis Magos, 1950
- Em memória de Miguelinho,1950
- A Graça na execução da pena, 1950
- Amaro Cavalcanti, 1950
- Grossos e Ruy Barbosa, 1950
- O monumento da cidade, 1950
- Preito de leal veneração no centenário de Vicente de Lemos, 1952
- Tributo ao fundador, 1952
- Dia da Pátria, 1952
- O jubileu de ouro do Instituto Histórico, 1953
- Tobias Monteiro, 1953
- A verdade sobre o bicentenário da Imagem de 

Nossa Senhora do Rosário, venerada como Padroeira de Natal, 1953
- A glória de Augusto Severo, 1954
- Tributo ao mérito (a José Toribio Medina), 1954
- Tavares de Lira - Governador e Político, 1954
- O clero na história do Rio Grande do Norte, 1954
- A semana do marinheiro, 1954
- O grande juiz Meira e Sá, 1956.


Referências: 
400 Nomes de Natal. Coordenação Rejane Cardoso; pesquisa e redação Deífilo Gurgel ..[et.al.]. Natal (RN): Prefeitura de Natal, 2000, p. 575.
Jornal A República, 1934-1935.v
MORAIS, Maria Arisnete Câmara de; OLIVEIRA, Caio Flávio Fernandes de. Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte: História e Acervo.
Centenário de Nascimento de Nestor Lima. Homenagem do IHGRN. Natal, ago 1987.

Em tempo: Fico a me perguntar: Onde estão estas obras? Como se escrevia tanto num tempo tão difícil? 
Pense num camarada desempenado na "bico de pena" e na máquina de escrever!

Em Assu existe uma rua no Bairro Dom Elizeu que tem como patrono Dr. Nestor dos Santos Lima.




CASARÃO DO BANGUÊ


Sobrado do Banguê - Construído na comunidade rural de Banguê, à margem oeste da Lagoa do Piató (no ano de 1911), pelo coronel Zumba Marreiro. Por vários anos abrigou seus descendentes, entre estes, Dona Sinhorinha - esposa do Bispo da Igreja Brasileira Alexandre Martins de Carvalho - Padre Xanduzinho. No pátio em frente ao casarão ainda se pode observar, à tardinha, uma infinidade de pavões (belo espetáculo) escruvitiando faceiramente e, de leque aberto, testemunham o desaparecimento do maior monumento do sertão assuense. 
O proprietário se foi... Com o tempo seus descendentes...

A vegetação tomou conta da velha morada como se quisesse usar aquela suntuosidade que os homens abandonaram.
Sol, chuva, vento, depredação animal e humana... A bela edificação não resistiu.

Quem não preserva sua memória...
Não pode contar história.
A beleza arquitetônica ainda tenta resistir...
Teima... Não quer cair.
Ainda há ruínas...

Quem poderá salvar?!
Pavões de Dona Zélia do Banguê
 Que maravilhas!



*As fotos mais recentes são de
Samuel Fonseca

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

AbrASSUs

AbraASSUs aos amigos(as): Samuel Fonseca, Ana Valquiria, Sidney Pereira, Samuel Nario, Edna Lúcia Lilás, Fernando Leitão, Francisco Soares, Renato Cabral e todos os seguidores deste espaço que certamente, arranjando tempo e paciência, garantimos que iremos melhorá-lo.
Inté mais vê.

POESIA



INFIDELIDADE
 







Se o amor botar-lhe chifre
Bote outro nela também
Procure empatar o jogo
Porque perder não convém
Não maltrate a pessoa amada
Que este tipo de chifrada
Não dá para matar ninguém.
Para você que está junto
Há 20 anos ou só um mês
E tiver com alguma mágoa
Que a sua amada lhe fez...
A violência você contenha
Porque a lei Maria da Penha
Pode lhe botar no xadrez.

Autor: Francisco de Assis Caldas
- O popular "Chico Agrício" - Assu. 

Em tempo: O deus pagão de onde foi retirada a idéia de 
chifre foi o deus pã - deus grego dos campos e dos pastores.
Deus pã (um sátiro = bode + homem)

CAUSO

GALINHA DISPUTADA

Dona Alba Soares recebeu uma turma de amigos para uma tradicional cartada de baralho com a finalidade de matar o tempo e o vício. Quase três horas da manhã, os parceiros já com uma fome danada, Dona Alba chamou sua amiga Maria, e ordenou:

- Ô Maria, por favor, mate uma galinha aí pra gente comer!
Enquanto Maria se dirigia para pegar a galinha no poleiro, Dona Alba indagou a Luiz de Rosa:
- Seu Luiz o senhor come galinha?
Luiz de Rosa espirituoso como sempre, diante da fome não perdeu tempo:
- Dona Alba, se o galo deixar... Eu como!

*Livro: Dez contos & Cem causos - Ivan Pinheiro