quarta-feira, 21 de novembro de 2012

BANCO DO BRASIL


BASE ECONÔMICA

No final da década de vinte o Assu já possuía porte de cidade mediana. Contava com energia elétrica (fornecida pelo motor da usina do Coronel Francisco Martins), escolas (José Correia e Colégio Nossa Senhora das Vitórias), a economia tinha como base: atividade algodoeira, extrativismo da cera de carnaúba, da oiticica,além da comercialização de peles de animais. O comércio, a partir da feira livre era representativo e arregimentava, principalmente aos sábados - dia da feira, gente de toda a região. No entanto, precisava de uma instituição financeira para assegurar estes investimentos. 

EMBRIÃO

O Assú não ficou indiferente ao movimento cooperativista desencadeado no Rio grande do Norte, através de Tércio Rosado, o pioneiro, e seus seguidores Ulisses de Góis, Ricardo Barreto, Juvino dos Anjos, Heráclito Vilar e outros. As suas lideranças movimentaram-se. À frente o portalegrense Francisco Martins Fernandes. Sua posição de líder do Vale exigiu uma definição em termos de realidade. Ele defendia com fervor que a fertilidade do solo, a intensidade demográfica possibilitava a existência de uma organização que congregasse elementos, aglutinasse vontades no sentido de cooperar, ajudar e amparar o homem, com predominância nas suas atividades agrícolas.

A ideia, em princípio tateante, foi, aos poucos, crescendo, tomando vulto, ora alicerçada no regime da catequese, ora alimentada pelo esclarecimento junto ao rurícola até chegar à sua concretização.
A tarefa não foi das mais fáceis. Conscientizar o homem do campo, ainda hoje arredio à necessidade associativa, a empreendimentos dessa envergadura, custou esforços, canseiras e obstinação por parte dos seus idealizadores.

CAIXA RURAL

No dia 06 de fevereiro de 1928 era fundada a Caixa Rural, tendo como Presidente Francisco Martins Fernandes, Vice-presidente, José Soares Filgueira Sobrinho, Primeiro Secretário, Francisco Augusto Caldas de Amorim, Segundo Secretário Manoel Soares Filgueira Segundo, Gerente, Ezequiel Epaminondas da Fonseca.

A princípio, estes cooperativistas se não alcançaram a plenitude desejada, obtiveram em seu favor o mérito de terem dado os primeiros passos, fundando a Caixa Rural. Contava com 60 sócios, sendo 33 fundadores e 27 efetivos. No seu primeiro relatório anual apresentou, pelos seus diversos lançamentos, em seu movimento geral um resultado total de Cr$ 96.210,70 o que evidencia a soma de benefícios prestados aos seus associados.

COOPERATIVA BANCO RURAL

Tempos depois a Caixa Rural passou a chamar-se Cooperativa Banco Rural continuando, porém, com a mesma finalidade e os mesmos propósitos  até que, no ano de 1968, passou a denominar-se de Cooperativa Agropecuária do Vale do Assu Ltda.
A transformação ensejou melhores perspectivas e maior movimento. O comercio da cera de carnaúba, do milho, feijão e do algodão, pela casa do Agricultor foram, iniciativas que lograram êxito em benefício do associado.

IDEALIZADOR
         
Pelas mãos do Coronel Francisco Martins Fernandes (natural de Portalegre, 04/06/1888) foram implantados em Assu, além da Caixa Rural e Banco Cooperativo, estabelecimentos comerciais de: Beneficiamento da cera de carnaúba e algodão, lojas de tecidos, ferragens e perfumarias, sem descuidar do meio ambiente, plantando árvores nos logradouros públicos (os famosos “pés-de-ficus” da Praça Getúlio Vargas - que foram erradicados recentemente). Construiu na cidade o primeiro cinema – mudo o “Cine Teatro Dr. Pedro Amorim”. Depois trouxe equipamentos para o cinema falado, disponibilizando este serviço para empreendimentos dos assuenses na década de quarenta. Esta edificação foi extremamente benéfica para o desenvolvimento das artes e da cultura da comunidade. O alto conceito de honestidade do Coronel levou todo comércio assuense a recolher aos cofres de sua firma F. Martins Fernandes, o apurado diário ao tempo em que era o representante oficial do Banco do Brasil na Região.

ÊXITO

Diante de tamanha luta, finalmente, no dia 21 de novembro de 1942 ocorreu o êxito desejado, uma vitória de vários assuenses que lutaram por um estabelecimento de crédito oficial. Foi inaugurada a agência do Banco do Brasil. Este jubilo dos assuenses foi comemorado após a inauguração da Casa quando foi oferecido um banquete aos funcionários do Banco do Brasil, em regozijo à instalação, nesta cidade, de sua sub-Agência. Um dos oradores foi o Sr. João Celso Filho e por coincidência este foi o ultimo discurso de sua vida, vindo há falecer um ano depois. 

DISCURSO 

O final deste discurso foi o seguinte: “... Senhores funcionários do Banco do Brasil: Sabeis melhor do que os circunstantes quanto vale para a vasta e ubertosa região do vale do Assú a instalação, que hoje festejamos, da Sub-Agência do Banco do Brasil. E tanto quanto eles, sabeis quanto em espírito e coração contribuíram à inteligência, o zelo funcionar e a capacidade técnica do ilustre Gerente da Agência do Banco em Mossoró, cujo nome declino com especial agrado: Sr. Aristides Barcelos, para a realização dessa obra, considerada na opinião dos competentes um dos maiores e mais importantes serviços prestados a esta zona, para o seu grandioso futuro.
Mas, o que não sabeis senhores Funcionários do Banco do Brasil, e é preciso que eu vos diga neste momento em que nos felicitamos pelo bem que nos fizestes, é quanto de profunda é a exaltação do nosso agradecimento pela grandeza do benefício, agradecimento que vos damos, de público, a todos vós, e, em particular, ao vosso eminente chefe, Sr. Aristides Barcelos, a cuja saúde, como á de seus devotados auxiliares, ergo a minha taça, como símbolo dos aplausos da consciência, á elevação do vosso nobre espírito de solidariedade humana”. Disse.


SEDES

O Banco do Brasil em Assu, pelo que tenho conhecimento, funcionou na Rua São João (prédio da esquina, ao lado direito do Cine Pedro Amorim); no prédio da atual DIRED (esquina da Rua Frei Miguelinho com Praça Getúlio Vargas) e na sua sede própria atual - Avenida Senador João Câmara.
Desfile Cívico - Ao fundo a segunda sede do Banco do Brasil

                 
Me ajudem a legendar. Alô Galynha, salve a pátria. Não lembro de todos.
Acredito que sejam as feras dos anos oitenta, levando em consideração os estagiários Rudá e Bolinha.

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PARABÉNS

Deste espaço envio parabéns a todos os funcionários da Agência do Banco do Brasil pelos 70 anos de serviços prestados. Reconhecidamente, uma instituição financeira singular para o Assu e região.
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Fontes:
Pinheiro, Assu – Dos Janduís ao Sesquicentenário; 
Poliantéia de João Celso Filho, 1944;
Silveira, Celso Dantas – Assu, Gente, Natureza e História.

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